Referência no Vale do Paraíba; hospital já realizou mais de 400 procedimentos
Em 2009, a Santa Casa de São José dos Campos realizava o primeiro transplante de fígado do hospital e, 14 anos depois, chega à marca de 429 procedimentos feitos. De lá para cá, a instituição se aprimorou no serviço e, no mês passado, fez, pela primeira vez, um transplante duplo – de fígado e rim. As cirurgias foram realizadas no mesmo ato operatório, iniciando pelo órgão hepático. Com duração de 8 horas, a operação foi um sucesso e a paciente recebeu alta após duas semanas.
O fígado é o maior órgão sólido do corpo humano, localizado no lado direito do abdome e pesa entre 1.200 e 1.500g. É extremamente importante para manter o corpo saudável, produzindo e depurando diversas substâncias. Entre suas funções, as mais importantes são receber os nutrientes e as substâncias absorvidas no intestino; metabolizar diversos medicamentos; neutralizar eventuais substâncias tóxicas que sejam ingeridas; armazenar nutrientes e produzir substâncias importantes para o organismo, como a albumina, os fatores de coagulação e o colesterol; ajudar a regular a concentração de glicose no sangue; além de produzir a bile, responsável pela absorção de nutrientes no intestino, como gorduras e vitaminas.
De alta complexidade, o transplante desse órgão é indicado quando a pessoa tem um quadro clínico grave, por exemplo, por complicações de hepatite C. Em 19 de maio, inclusive, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Hepatite, intensificando o alerta à prevenção da doença. “Se as hepatites dos tipos B e C não forem tratadas corretamente, podem evoluir para hepatite crônica com progressão para cirrose e câncer de fígado. Atualmente, a hepatite C, gordura no fígado e o câncer de fígado são as indicações mais frequentes de transplante hepático”, explica o coordenador do setor de transplante da Santa Casa de São José dos Campos, Jorge Padilla.
O paciente que necessita desse procedimento pode aguardar pela doação do órgão em fila de espera ou receber de um familiar, desde que haja compatibilidade. “Sempre indicamos a busca por uma doação direta para que o processo seja mais rápido e o paciente se recupere o quanto antes “, fala o especialista. O transplante de fígado de cadáver leva de 6 a 8 horas. Já o transplante intervivos tem duração de 10 a 12 horas uma vez que, além da hepatectomia (retirada) de parte do fígado do doador vivo, do receptor e da colocação do fígado sadio no lugar do fígado doente, a técnica envolve a utilização de microcirurgia, tendo em vista que os vasos sanguíneos são muito finos.
“Para nós, da Santa Casa de São José dos Campos, é uma alegria ter trazido de volta à vida mais de 400 pacientes que necessitavam de transplante de fígado. Que possamos, cada vez mais, atuar na prevenção de doenças que levam a essa necessidade, salvar vidas quando o problema se instalar e conscientizar a importância da doação de órgãos, para que tantas outras pessoas possam ser contempladas com essa dádiva”, conclui.
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