Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras reforça importância da prevenção e segurança, especialista da Santa Casa de São José dos Campos
O Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras é celebrado em 6 de junho, data que busca conscientizar a população sobre a gravidade desses acidentes e a importância da prevenção. No Brasil, cerca de 100 mil pessoas são vítimas de queimaduras todos os anos, sendo que aproximadamente 50% dos casos envolvem crianças de até 12 anos.
Dados recentes do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam a dimensão do problema. Em 2023, foram registradas 33.618 internações por queimaduras. O número subiu para 34.508 em 2024 e, apenas nos primeiros três meses de 2025, já houve 8.425 internações. O volume de atendimentos ambulatoriais também impressiona: 241.574 em 2023, 250.620 em 2024 e 68.922 até março deste ano.
“O ambiente doméstico continua sendo o principal cenário de ocorrência das queimaduras, principalmente envolvendo crianças. Produtos quentes, líquidos ferventes e o manuseio incorreto de materiais inflamáveis são as principais causas desses acidentes”, alerta o Dr. Márcio Fontoura, coordenador da Unidade de Tratamento de Queimaduras (UTQ) da Santa Casa de São José dos Campos, referência no atendimento a queimaduras no Vale do Paraíba.
O especialista ressalta que as queimaduras podem causar lesões profundas, afetando tecidos, com risco de deformidades e limitações funcionais permanentes. Por isso, a prevenção é fundamental. “Manter as crianças afastadas da cozinha durante o preparo de alimentos e posicionar os cabos das panelas para dentro do fogão são atitudes simples que evitam acidentes graves”, orienta o médico.
Entre os adultos, cuidados básicos também são indispensáveis. “Evitar acender fósforos ou velas perto do rosto, manter materiais inflamáveis longe de fontes de calor e jamais manipular álcool, gasolina ou querosene perto de chamas são atitudes que previnem queimaduras”, pontua.
Em casos de queimaduras, a procura por atendimento médico especializado é indispensável sempre que envolver crianças ou idosos, quando houver formação de bolhas ou destacamento da pele, queimaduras localizadas na face (incluindo olhos), genitais, mãos, pés ou articulações, além de queimaduras extensas, causadas por inalação de fumaça ou gás de cozinha, por substâncias químicas como ácidos, bases e solventes, queimaduras elétricas ou ainda quando há inalação de fumaça.
Nas queimaduras menores, o tratamento geralmente consiste no uso de cremes e pomadas, com curativos que podem ser oclusivos (fechados) ou deixados expostos, conforme o caso. “As queimaduras de primeiro grau, que deixam a pele avermelhada, normalmente cicatrizam em até uma semana, com a descamação da camada mais superficial”, explica o médico. “Já as de segundo grau superficial, que formam bolhas, cicatrizam entre 10 e 14 dias quando tratadas de forma adequada”, acrescenta.
Por outro lado, as queimaduras de segundo grau profundo, que atingem a derme mais profunda, podem levar mais de três semanas para cicatrizar. “As queimaduras de terceiro grau são ainda mais graves, pois formam uma escara e podem demorar anos ou até jamais cicatrizar se tratadas apenas com curativos”, alerta o Dr. Márcio. Além disso, queimaduras profundas, dependendo da extensão, apresentam risco elevado de complicações graves, como desidratação intensa (choque hipovolêmico), insuficiência renal e infecções, podendo inclusive levar à morte.
Para os casos de segundo grau profundo e terceiro grau, está indicado o tratamento cirúrgico, que geralmente envolve a retirada e transferência de uma camada fina de pele de outra área do próprio paciente, procedimento conhecido como enxertia de pele. “A melhor pele é sempre a do próprio paciente. A área doadora costuma cicatrizar em até 14 dias com o uso de curativos”, explica o médico.
É importante destacar que queimaduras profundas e extensas já deixam marcas definitivas, mesmo quando bem tratadas. “Quando o tratamento é inadequado, o risco de sequelas graves aumenta bastante, com cicatrizes elevadas, retrações que prejudicam os movimentos, alterações na cor da pele e até desfiguração, comprometendo a autoestima e a qualidade de vida do paciente”, finaliza o Dr. Márcio.
Primeiros socorros: o que fazer?
Em caso de queimadura, a orientação médica é não aplicar substâncias caseiras, como pasta de dente, manteiga ou óleo. “Essas substâncias caseiras podem agravar a lesão e dificultar o tratamento. A recomendação é colocar a área afetada sob água fria corrente ou aplicar compressas frias e limpas, até que a pessoa seja levada para atendimento especializado”, reforça Dr. Márcio.
Quando a área queimada é pequena, não é nocivo manter a região queimada sob a água corrente por até 20 minutos, contudo nunca deve-se colocar a área queimada dentro de baldes com gelo ou aplicar gelo diretamente, seja em bolsas ou sacos plásticos. “Em relação a queimaduras extensas, ou associadas à inalação de fumaça ou gás de cozinha, é necessário buscar atendimento imediato em um pronto-socorro ou pronto atendimento”, diz.
Fogos de artifício: mês de atenção redobrada
Com a proximidade das festas juninas, cresce a preocupação com os acidentes típicos desse período, especialmente queimaduras causadas por fogueiras, fogos de artifício e o preparo de alimentos tradicionais. “Só no ano passado, registramos quase 600 atendimentos relacionados a acidentes com inflamáveis e mais de 400 por contato com sólidos. Esses números mostram que, apesar dos alertas, os riscos permanecem altos”, destaca o Dr. Márcio. Além disso, há uma atenção especial para o uso das chamadas lareiras ecológicas, que utilizam etanol líquido e podem causar queimaduras graves devido à chama quase invisível. “É fundamental alertar a população que esses equipamentos são extremamente perigosos, principalmente em ambientes fechados ou com crianças por perto”, diz.
Outro risco frequente na região é o preparo do tradicional Bolinho Caipira, que pode provocar queimaduras por explosão do óleo quente. “É uma tradição muito querida, mas precisa ser feita com muito cuidado. O risco de queimaduras graves é real e, muitas vezes, subestimado”, reforça o especialista.
Crédito da foto: Divulgação/Freepik
Sobre a Santa Casa de São José dos Campos
Com 125 anos de história, a Santa Casa de São José dos Campos é um complexo hospitalar de referência na região metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, que alia inovação e tradição no cuidado à saúde. Primeira Santa Casa do Brasil a obter certificado ONA (Organização Nacional de Acreditação), a instituição recentemente conquistou a certificação por distinção tripla pelo IQG (Instituto Qualisa de Gestão) nas áreas de Enfermagem, Gestão para Integridade e Serviços de Terapia Intensiva, além da recertificação ONA nível 3.
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